sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

2011 Chega trazendo maravilhas! Resenha do Espetáculo "MARLENE DIETRICH - As Pernas do Século"

Olá a todos!

Sou Katharine Akyer, atriz e professora e tenho a honra de ser amiga da dona deste blog! 

Carinhosamente ela me cede o espaço para publicar voluntariamente a resenha deste espetáculo, que assisti ontem a convite dos amigos da JSPontes Comunicação,agradecendo e dando boas vindas a 2011! 

Com vocês :
“MARLENE DIETRICH - As Pernas do Século”

Marlene Dietrich, a diva que foi sinônimo de sofisticação e sensualidade está magnificamente representada pela atriz Sylvia Bandeira no Espaço cultural Solar de Botafogo.O espetáculo tem um roteiro bastante  condensado para que seja possível contar a trajetória da artista que encantou e intrigou multidões no início do século XX.

Cantora, atriz e dançarina, dona das pernas mais bonitas e cobiçadas, considerada sex symbol, Marlene viveu o apogeu dos anos 20 e da Hollywood dos anos 30n e 40.Viveu o luxo e as amarguras de sua profissão e de sua fama. Sentiu na pele a dor da guerra anti semitista e a incoerência de cantar e entreter de todas as formas os soldados americanos, que lutariam dali a pouco com outros que eram tão alemães quanto ela própria.Amou e foi amada por muitos de todos os sexos dentre anônimos e famosos como Edith Piaf e Gary Cooper.

No espetáculo, assim como na história real, Marlene encontra-se por vontade própria “exilada” em um apartamento em Paris ,permitindo somente a visita da filha e de uma empregada para que ninguém a visse em seus últimos dias, quando sua imagem já deteriorada pelos seus 90 anos,não correspondia mais à glória de seus tempos áureos.Na Peça, Marlene expõe suas memórias e um jovem que não a conhecia e que as poucos se encanta e se apaixona por ela e por sua paixão e força para viver, para ser feliz, para amar a muitos como a si mesma, aos seus valores e principalmente a sua profissão.

A atriz Sylvia Bandeira, que declarou que poucoconhecia sobre o mito Marlene Dietrich, brilhantemente interpreta a artista e nos dá uma dimensão ainda maior e mais brilhante da vida desta: A humanidade e amor incondicional a vida.A grande atriz Sylvia, que dá vida à outra grande artista Marlene, nos faz a cada minuto e a cada palavra envolvermo-nos ainda mais pela atmosfera mágica deste encontro, que também é, do público com a Diva. Num texto leve e roteiro impecável ambas, Marlene e Sylvia nos fazem notar que verdadeiras divas não morrem e não é a toa!

Eu que ainda não conhecia profundamente o mito Marlene Dietrich fiquei muito grata por Sylvia ter nos contado esta história desta forma leve e intensa ao mesmo tempo.Como atriz que sou – assumindo tendo ainda muito a aprender - não gosto e nem acredito no significado da expressão “encarnar” a personagem ,pois acredito e muito ,que há e sempre deve haver uma separação entre personagem e ator.Se afinal  - e sendo bem clara-  se um é o outro e o outro é o um ,não haveria a doação de nossa parte enquanto atores, não haveria construção não haveria entendimento ou aprofundamento.Não poderá então haver a mágica teatral (da encenação no geral) que é a junção da técnica à emoção, da razão à entrega e ao desprendimento e consequentemente não poderá ocorrer o fenômeno da genialidade da criação.

Mas o que dizer de Sylvia Bandeira neste espetáculo senão que “encarnou” a diva Marlene Dietrich? Diria que o que ocorreu foi a manifestação da verdade.Aquela tão conhecida por nós atores e que nos faz bem caminharmos em nossa profissão quando temos a consciência de que o texto , a história só será verdade para o público quando assim o for para o ator.
Ocorreu neste trabalho a entrega do todos os atores, com interpretações magistrais das belas canções que embalam o espetáculo e ocorreu a fusão de almas, entre todos envolvidos no projeto com o universo da personagem e somente por isso nos sentimos verdadeiramente emocionados.

Imperdível!

Em cartaz: Solar de Botafogo - Rua General Polidoro, 180 – Botafogo / RJ (estacionamento em frente)  Novo horário às quintas feiras: 5ª, às 20h; sábado, às 21h30; domingo, às 20h05